Busto de Joaquim da Rita


Fotografia: José Pessoa (DGPC/ADF)


António Paiva
"Busto de Joaquim da Rita", 1981
bronze, alt. 75 cm
Comprado por encomenda ao autor, 1981
Museu Dr. Joaquim Manso inv. 30 Esc.

Busto em bronze representando Joaquim Bernardo de Sousa Lobo, vulgarmente conhecido como "Joaquim da Rita". De barba comprida e cachimbo, enverga chapéu e farda de cabo-de-mar, ostentando no peito as várias condecorações com que foi agraciado.

Mais conhecido por "Joaquim da Rita", Joaquim Bernardo de Sousa Lobo nasceu em Lisboa, em 15 de fevereiro de 1854, e faleceu na Nazaré com 85 anos, em 21 de janeiro de 1939.

Desde cedo, manifestou grande inclinação pela vida do mar, que iniciou apenas com 14 anos, realizando a sua primeira viagem na costa portuguesa. Dois anos mais tarde, embora como moço no patacho "Fausto", rumou ao Brasil, o que fez durante 15 anos seguidos, ocupando todos os cargos de bordo, desde moço a mestre. Com esta função, num barco à vela, naufragou na costa do Rio de Janeiro, tendo sido salvo por outra embarcação.


Fixa-se, então, definitivamente na Nazaré; tornou-se pescador, participando em duas campanhas de pesca do bacalhau nos bancos da Terra Nova.

Dotado de forte personalidade, dizia sentir-se bem nas tormentas. Quando as havia era o primeiro a aparecer, demonstrando sempre grande serenidade e coragem. Deste modo, cedo granjeou grande admiração entre a classe piscatória da região, pois, de uma forma ou outra, lhe deviam ou a própria vida ou a de qualquer familiar.

Em 28 de Janeiro de 1893, foi nomeado cabo de mar da Capitania do Porto da Nazaré, cargo que manteve até 1914, chegando a ocupar simultaneamente as funções de regedor e zelador da Câmara.

Muitos foram os naufrágios em que tomou parte e, em vários, pondo em risco a própria vida, nomeadamente nos do barco das "Sabinas", na barca norueguesa "Undine" e noutras embarcações de pesca, em 1898, 1901 e 1902.

Mas foi, sobretudo, como 1º "patrão" da Barca Salva-Vidas Nossa Senhora dos Aflitos, que hoje também faz parte do acervo do Museu da Nazaré (MDJM inv. 943 Etn.), que praticou salvamentos e atos de verdadeiro heroísmo que lhe mereceram, por parte do Instituto de Socorros a Náufragos, várias condecorações (2 medalhas de ouro, 8 de prata, 5 de cobre, 1 diploma de honra). Em 28 de janeiro de 1907, na Assembleia Geral daquela instituição, a Rainha D. Amélia colocou-lhe o colar de Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada.

 
O seu nome nome foi dado a uma rua da Nazaré.


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